Os desenvolvimentos alcançados no domínio das ciências farmacêutica contribuíram indubitavelmente, para o melhoramento da qualidade de vida das pessoas. Uma das principais formas de atuação dos fármacos consiste na eliminação das moléculas indesejáveis das células afetadas. Até recentemente, tal estratégia só podia ser aplicada quando os componentes a retirar se encontravam dentro da célula, o que significa que muitas doenças ainda possuem tratamentos pouco eficazes.
Foi por isso que alguns investigadores da Universidade de Standford inovaram a referida técnica e adaptaram-na à remoção de proteínas extracelulares. Quando a degradação das proteínas alvo é feita intracelularmente, é utilizado um complexo de proteínas denominadas de PROTACs (proteolysis-targeting chimeras). De uma forma simplificada, uma das partes da PROTAC é responsável pela ligação ao alvo e a outra parte realiza o encaminhamento para os locais de degradação da célula: os lisossomas. No mais recente desenvolvimento desta forma de atuação, as PROTACs são substituídas por LYTACs (lysosome-targeting chimeras), um outro complexo proteico que possui adicionalmente um recetor específico- anticorpos ou pequenos péptidos- para a ligação às proteínas alvo. Assim, com o desenvolvimento de novos recetores é possível que as LYTACs se liguem a proteínas específicas e que atuem de uma forma mais especializada. Após a ligação da LYTAC ao alvo, este conjunto é absorvido pela célula e encaminhado para os lisossomas.
Apesar desta forma de atuação poder ser utilizada em todos os tecidos, tal como as PROTACs, o local mais desejado para a atuação é no fígado, o principal órgão para a degradação de proteínas. Esta estratégia pode ser usada para o combate de doenças autoimunes e amilóides (onde há formação de agregados característicos de proteínas), com destaque para a doença de Alzheimer.
De um ponto de vista económico, a técnica já se encontra em fase licenciamento com algumas empresas farmacêuticas, e planeia ainda expandir o mercado com outras empresas da área, como as empresas biotecnológicas.
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