A ciência por detrás da dor emocional

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A dor é um sentimento com que muitos se podem confrontar. Para alguns, a dor está relacionada com as vezes em que nos aleijamos a tentar cozinhar alguma coisa pela primeira vez ou quando nos magoamos em algum sítio, onde o local dorido se torna a nossa maior prioridade do momento. Para outros, que possam ter passado por um acontecimento emocionalmente devastador, como a separação da família e amigos antes de se mudarem para longe, ou um relacionamento que não funcionou por diversas razões, a dor tem um cariz emocional que os pode isolar do mundo e se manifestar fisicamente. Apesar deste sentimento poder ter origens diferentes, a resposta cerebral a este sentimento é semelhante.

Para confirmar o modo como os diferentes tipos de dor podem ser percecionados pelo nosso cérebro, em 2011, cientistas dos Estados Unidos conduziram um estudo em 40 participantes, que foram confrontados com diferentes tipos de estímulos. A nível emocional, compararam a atividade cerebral durante a recordação de um desgosto amoroso e uma lembrança positiva sobre uma amizade. Similarmente, foi testada a resposta cerebral à sensação de um objeto quente nas mãos seguido por um objeto relativamente morno. A análise foi feita por Ressonância Magnética funcional (fMRI).

Após interação com os participantes, observou-se que o sofrimento causado pelas primeiras partes das experiências não só foi sentido mais intensamente, mas também foi experienciado de forma semelhante. Os resultados obtidos pelo fMRI mostram ser concordantes com o que as pessoas expressaram. De facto, as zonas ativadas pelo cérebro durante os momentos mais dolorosos eram as mesmas, o que sugere uma resposta somatossensorial semelhante durante a exposição aos diferentes tipos de dor.

Perante estes dados, talvez, enquanto sociedade, possamos ser mais empáticos e compreensivos em relação aos outros e não priorizarmos certas "dores" em detrimento de outras. Mesmo que o sentimento tenha origens diferentes na perceção dos outros, interiormente os nossos cérebros manifestam-na da mesma forma, e, por isso, devemos respeitar mais o que os outros estão a sentir no momento e não os desvalorizar.

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